Kratos, o Fantasma de Esparta.

A tragédia grega do homem, guerreiro e deus da guerra.


A rica Mitologia Grega já serviu de base para muitas produções no cenário cultural moderno, algumas bem sucedidas, outras nem tanto. Mas em 2005, surgiu a obra que talvez tenha melhor adaptado e incorporado esse panorama onde deuses existem e interferem diretamente em nossas vidas, cada um com sua respectiva função e personalidade. E o fez de uma maneira plausível e bastante agradável, sem perder tempo com explicações, que poderiam complicar as coisas e tornar a experiência menos agradável, simplesmente as coisas são da maneira que elas são e o deuses fazem o que bem entendem, pois são deuses. Estamos falando do jogo da Sony, exclusivo para Playstation 2, God of War.

A Força

Kratos, o Fantasma de Esparta.
Além dos atributos já citados, o jogo se destacava por sua narrativa competente, visual belíssimo e um protagonista poderosos em todos os sentidos possíveis, Kratos, o Fantasma de Esparta. Mesmo sendo extremamente violento e sanguinário, é impossível não se identificar com o heróis de God of War, afinal ele é a personificação do poder, força e rebeldia contra seus superiores. Até seu nome já demonstra isso, Kratos vem da palavra grega “κράτος”, que significa exatamente força. Mas o que motiva o espartano não é nada além do que a vingança, vingança contra aqueles que ousaram intrometer-se em sua vida, o deuses do Olimpo. Ao final de God of War fica imediatamente claro que a Sony tinha em suas mãos um produto único, e que ainda veríamos Kratos outras vezes, e como não poderia ser diferente, a cada novo jogo conhecemos um pouco mais do espartano vingativo, e cada vez mais nos conectamos à sua personalidade destrutiva, numa experiência que apenas um bom personagem consegue proporcionar. 

Kratos vem da palavra grega “κράτος”, que significa exatamente força.

O Pacto e a Vingança

Kratos, o Fantasma de Esparta.
Kratos nasceu do fruto do relacionamento de sua mãe com o pai dos deuses, Zeus. Porém, temendo que a criança trouxesse destruição ao Olimpo e seu reinado, o deus exige que a mãe se livre do bebê, ela então abandona a criança, mas o pequeno é encontrado e criado para tornar-se um guerreiro espartano. Não demora para que Kratos demonstre força, agilidade e perícia fora do comum, e rapidamente ele chega ao posto de general do exército de Esparta. Conhecido por sua brutalidade, o jovem guerreiro nunca conheceu a derrota, mas esteve bem próximo disto quando enfrentou o Rei dos Bárbaros, ao perceber que sua morte se aproximava, Kratos faz um pacto com o deus da guerra, Ares, para acabar com seus inimigos, e em troca o espartano seria seu servo. O pacto é aceito, o exército bárbaro é derrotado, e assim dá se início à tragédia da vida de Kratos. 

Kratos, o Fantasma de Esparta.
Além de salvar a vida de Kratos, Ares também lhe “presenteia” com as Blades of Chaos, uma das armas mais legais de todos os tempos. A arma consiste em duas lâminas curvas presas por correntes em brasas, que por sua vez estão muito bem atadas aos braços de quem as empunha, para lembrar-lhe do compromisso para vida que é servir o deus da guerra. E é armado com elas que o espartano começa trilhar seu caminho para se tornar o mais poderoso e letal guerreiro. Mas uma coisa permanece no caminho de Ares para fazer de seu novo servo a arma perfeita, a família de Kratos. O Deus então concebe um plano para remover os empecilhos finais, e usando de artimanhas engana Kratos para que este assassine sua mulher e filha. Mas em uma reviravolta para o deus, o guerreiro demonstra todo o amor que sentia por sua família, e sobre as cinzas de seus entes recém cremados, faz a promessa de se vingar de Ares, as cinzas de sua mulher e filha aderem à sua pele, dando-lhe a tonalidade branca, como lembrança de seu pecado. Nascia ali o Fantasma de Esparta. 

A Ambição e a Vaidade 

Kratos, o Fantasma de Esparta.
Apesar disso, Kratos nunca assumiu de vez o papel de vítima, é claro que Ares tinha sua parcela de culpa, mas ele também tinha conhecimento de que sua ambição e vaidade foram em parte responsáveis pelo destino de sua família. Isto, porém, não diminui seu desejo de vingança, e se tem uma coisa que o Fantasma de Esparta mostra em sua saga por redenção, é obstinação. Nada que entra em seu caminho permanece em pé por muito tempo, para tanto ele não vai apenas sujar as mãos de sangue, mas o corpo todo. Mas por baixo de toda a violência e luxúria, não tem como deixar de notar o pai e marido arrependido, servindo os deuses que despreza apenas para absolver seus crimes. 

Uma Marca Lucrativa

Kratos, o Fantasma de Esparta.
Desde o primeiro God of War, em 2005, era claro que a Sony tinha em suas mãos um produto vencedor (e “vendedor”), dessa maneira não é surpresa que a franquia tenha se tornando uma das mais adoradas e lucrativas entre os jogos eletrônicos. Já foram 7 jogos no total, e existem planos para um filme em live action que nunca sai do papel, mesmo assim, o fato é que a “tragédia de Kratos” está definitivamente incorporada ao cânone das nossas fábulas modernas.

Leonardo de Lara

Saga God of War : Vale ou não a pena jogar




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